Hoje vou comentar um artigo que gostamos muito aqui na agência. Intitulado “Mais uma opinião sobre apresentações”, escrito no CHMKT por Fernando Ribeiro, supervisor de planejamento da Artplan. Ele discute o papel da ferramenta de criação de apresentações. Assim como o PowerPoint.
Fernando cita três empresas que são case quando falamos de criatividade, de sair do corebusiness. São elas a Carl Kleiner, Sagmesiter e Why Not Associates. Veja o site e tente classifica-las. São agências de design? Artistas? Ou são empresas que oferecem uma idéia, um conceito, caminhos diferentes para se solucionar um problema. Enfim, o que elas são?
Trazendo esses cases para as apresentações, Fernando cita uma apresentação sobre um produto que está se reposicionando no mercado. Então nesse processo você entrevista consumidoras desse produto e uma delas cita o fato de usar o produto como microfone quando está cantando pela casa. Assim, essa situação exemplifica perfeitamente o que você quer passar na sua apresentação. Afinal, como você vai representar esse fato?
Por exemplo, você pode simplesmente escrever essa frase no seu PowerPoint. E assim, perder praticamente toda a magia dela. Também pode colocar o vídeo da consumidora contando o fato. Ou desenhar num cartaz e fotografá-lo na frente da casa da consumidora. Percebe que existem diversas maneiras de contar essa história? E não é a ferramenta de criação de apresentações que vai fazer a melhor. No final, é com você.
A ferramenta de criação de apresentações e o mercado
O problema é que o mercado quase sempre opta pela frase no PowerPoint. Por que o programa é aberto na hora de criar, de ter idéias. Por que não usa-lo somente como ferramenta de apresentação? Ou seja: Criar não depende de um programa, de uma ferramenta de criação de apresentações. Criar envolve mais do que isso. Assim, criar apresentações é uma tarefa longa, que demanda dedicação e principalmente estudo sobre o que vai ser apresentado.
Meu primeiro emprego como estagiário foi na AgESPM. A agência de publicidade da ESPM. Onde me formei em 2005. Na época, a criação era dividida em criação 1 e criação 2. Sendo que você começava pela 1, onde seria mais um tempo de aprendizado do que de produção. Enfim, alguns professores da faculdade ficavam em cima, ensinavam, mostravam referências, etc. Se você mostrasse um bom trabalho, subiria de nível para a criação 2.
E a criação 1 tinha uma peculiaridade: não havia computadores, somente lápis e papel (e aquelas canetinhas de layout que se usava nos anos 80). A maioria dos alunos e pretendentes a estagiários se frustravam com o fato de só ter computadores (na época, os mágicos iMacs verdinhos com sistema OS9.0) na criação 2. Mas o ponto que a faculdade queria passar é que você cria antes de fazer o layout. No papel, na cabeça, em cima de livros de referências. Você testa alguns caminhos, algumas disposições, cruza referências, fontes e estética de imagens. Enfim, chega num resultado no papel, para depois passa-lo para o Photoshop.
Nossa experiência no MonkeyBusiness
Agora, transpondo essa história para as apresentações: O PowerPoint foi usado como ferramenta de criação durante muito tempo, e acredito que essa função atribuída a ele foi um dos motivos que o levou a ser odiado por grande parte das pessoas da sociedade moderna. Ok, temos a falta de tempo para criar, para pensar em estética, fontes, em metáforas visuais ou em como mostrar melhor a nossa idéia. Perdeu-se a capacidade de pensar antes de executar na hora de criar apresentações. Veja, por exemplo, essa apresentação que fizemos para a Uber:
O MonkeyBusiness foi criado nesse cenário. Um estúdio de motion design que se propõe a criar, pensar, debater idéias antes de executar a apresentação. Tanto que defendemos que o PowerPoint é 5% (até menos) do processo. A maioria das apresentações que saem da agência são solucionadas na sala de reunião, com reuniões de brainstorming da equipe. Depois de se pensar em roteiro, redação, fluxo de informações e clímax da apresentação, ai sim ela será desenvolvida com imagens, ilustrações, tudo o que for necessário para que ela renda 100% do que ela pode ser. Como exemplo, veja essa apresentação de vendas que criamos para o Twitter:
Concluindo, não são todas as apresentações que podem ser passadas para a nossa equipe. Mas todas pedem cuidado na hora de criar. E só o fato de se tirar o PowerPoint da nossa lista de ferramentas de criação, já é um grande começo. Criar no papel, no post-it, na lousa da sala de reunião ou no flipchart. enfim, crie onde achar melhor, mas não crie no PowerPoint. No final, deixe-o para apresentar as suas criações.
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